Lesbos, A Ilha Dos Sonhos Perdidos 2

Lesbos, A Ilha Dos Sonhos Perdidos

Lesbos como metáfora da existência. Jamais o céu e o inferno estavam tão perto. Lá é um local terrível em que a esperança se transforma em puro engano. Um limbo bom, cuja prática (2.500 pessoas) se vê amplamente superada até atingir as 9.000, do qual não há escapatória possível. “Agora eu imagino. Ele teria preferido morrer antes de surgir a Lesbos”, explica um refugiado sírio.

O campo mostra o lado mais escuro da Europa -a rica Europa-, que paga e cala-te. As condições higiênico-sanitárias no campo são deploráveis -um canal de esgoto e de águas pestilentes circula diante da porta principal do ambiente – e o respeito pela vida, quase inexistente. Lá também são espancamentos, agressões, reyertas, violações, abusos e suicídios. Até já as moças tiram a vida. Uma frase resume tudo: “Isto é pior que uma prisão, é um inferno”. A frustração de pessoas que perderam tudo é espaçoso.

O campo é uma bomba relógio. Não saber pra onde podem encaminhar-se e qual será o teu destino leva os refugiados a um estado de raiva incontrolável, que alguns combatem com a bebida e as drogas. “Perdi tudo. “, pergunta-, foi recuperado de imediato uma cota da vista.

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  • Dez.2009 | 00:Quarenta e um
  • um História 1.Um 1.1.Um Composição Influências de Tchaikovsky

Kamal batalha diária para cortar suas lembranças, mas não é acessível. “Nasci no sul do Iraque, em Basra -explica-, estudava medicina e eu gostava de jogar vôlei e escrever contos. Meu pai e meu irmão trabalhavam numa organização de petróleo. Minha mãe era enfermeira em um hospital e minha irmã estava a ponto de terminar os seus estudos de medicina. Essa foi a minha família. E a perdi. Os assassinaram.

A mim me foi baleado no rosto e me deram por morto. O projétil atingiu um dos meus olhos e perdi a visão quase por completo”, para parar de respirar entre suspiros. “Hui à Turquia pra salvar a existência. Um dia, na cidade de Esmirna, uma pessoa me sugeriu destinar-se até Lesbos. Mas o meu sonho tem um preço.

eu Tive que pagar us $ 1.000 pra conseguir uma vaga numa nação. Tinha certeza de que a minha sorte mudaria pela Europa, que tudo seria contrário. A viagem foi horrível. Lembro-me do gelado, o mar fórmula, o pânico… eu Pensei que aquela noite ia morrer”.

No dia vinte e nove de janeiro nesse ano chegou a Lesbos. O paraíso sonhado. A alegria durou somente alguns dias. “Agora eu sei que abandonei o inferno pra acabar nos braços do diabo. Isso é o campo de Moria”, explica.

Os primeiros dias foram felizes, no entanto esse sentimento mudou logo. “Descobri que aqui assim como há mau pessoas, pessoas que só procuram guerra… As batalhas são diárias. Compartilho uma pequena loja com outros 10 refugiados e quando chove, a água entra corredeiras.

Os cortes de energia são frequentes e as condições sanitárias, péssimas; eu mesmo preciso de um tratamento específico que não recebo -relata-. Estou lastimoso, muito amargurado…”. Nós não temos futuro. O projeto ‘Eu com ICO x Lesbos’ ofereceu a promessa de proteger as pessoas: “É o único que me mantém com existência. Falar árabe e inglês permite-me perceber-me útil”, conclui. Cada tarde, quando termina a sua jornada de serviço (por volta das 17 horas) vai oferecer um longo passeio pelos campos que rodeiam esta antiga prisão.